segunda-feira, 11 de junho de 2018

DESPRESCRIÇÃO DE BENZODIAZEPÍNICOS

DESPRESCRIÇÃO DE BENZODIAZEPÍNICOS

Novas diretrizes para a desprescrição de agonistas de receptores benzodiazepínicos (ARBs) em adultos na atenção básica foi publicada na edição de Maio do periódico Canadian Family Physician, pelo Dr. Kevin Pottie, da University of Ottawa, no Canadá, e colegas.

Observou-se que os agonistas de receptores de benzodiazepínicos são largamente prescritos como tratamento de longo prazo para insônia e seu uso prolongado pode gerar dependência física e psicológica. Em curto prazo observa-se uma melhoria da iniciação do sono em quatro minutos, e uma hora adicional em sua duração, porém evidencias recentes sugerem que a eficácia dessa droga para insônia diminui em quatro semanas e os efeitos adversos persistem. 

As novas diretrizes são focadas em adultos com mais de 18 anos de idade, especialmente, idosos, em tratamento com ARBs para insônia primária ou insônia associada a outras comorbidades

Nos adultos jovens não foram identificados danos substanciais da desprescrição de ARBs. Os autores ranquearam a recomendação de diminuir gradualmente a dose, como “forte” em idosos e “fraca” nos adultos jovens. Esse último devido ao baixo efeito adverso observado com uso prolongado. 

As recomendações são para que os médicos discutam a necessidade de diminuir gradativamente os ARBs com todos os pacientes idosos, independente da duração do tratamento. Com os pacientes entre 18 e 64 anos, deve ser discutidos com aqueles que não tenham usado estas drogas por mais de quatro semanas.

Os autores ainda enfatizam que estas diretrizes não se aplicaa pacientes com outros transtornos do sono, ansiedade ou depressão não tratadas, ou outras condições de saúde física ou mental que possam causar ou agravar a insônia.

Durante a fase de redução gradual, o algoritmo de desprescrição indica a necessidade do monitoramento dos pacientes a cada uma ou duas semanas para analise dos benefícios esperados (melhoria da cognição, vigília, sedação diurna e incidência de quedas) e dos sintomas de abstinência (insônia, ansiedade, irritabilidade, sudorese e sintomas gastrointestinais). 

A revisão sistemática mostra ainda, que o uso de terapia cognitiva comportamental em combinação com diminuição gradual do ARB melhora a taxa de interrupção de ARB pós-intervenção comparado com diminuição gradual do ARB isolada. Baseado nisso sugere-se que os médicos considerem a utilização de estratégias de gestão de comportamentos para ajudar pacientes com insônia. 

Autor do texto: Luciano Teixeira de Carvalho

Algoritmo da desprescrição de Benzodiazepínicos



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